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Mario Quintana

Mario de Miranda Quintana (1906 - 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Foi considerado o "poeta das coisas simples", um dos maiores poetas brasileiros do século XX.

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SEMPRE QUE CHOVE Sempre que chove Tudo faz tanto tempo... E qualquer poema que acaso eu escreva Vem sempre datado de 1779!

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Um poema como um gole d'água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na [floresta noturna. Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição [de poema. Triste. Solitário. Único. Ferido de mortal beleza.

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Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas. Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha, nem desconfia que se acha conosco desde o início das eras. Pensa que está somente afogando problemas dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar inquietação do mundo!

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[Leituras] - Você ainda não leu O Significado do Significado? Não? Assim você nunca fica em dia. - Mas eu estou só esperando que apareça O Significado do Significado do Significado.

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Edificante Poema Escrito em Portuñol Don Ramón se tomo um pifón: bebia demasiado, don Ramón! Y al volver cambaleante a su casa, avistó em el camino: um árbol y um toro... Pero como veia duplo, don Ramón vio um árbol que era y um árbol que no era, um toro que era y um toro que no era. Y don Ramón se subió al árbol que no era: Y lo atropelo el toro que era. Triste fim de don Ramón!

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[O Tamanho Do Espaço] A medida do espaço somo nós, homens, Baterias de cozinha e jazz-band, Estrelas, pássaros, satélites perdidos, Aquele cabide no recinto do meu quarto, Com toda a minha preguiça dependurada nele... O espaço, que seria dele sem nós? Mas o que enche, mesmo, toda a sua infinitude É o poema! - por mais leve, mais breve, por mínimo que seja...

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Seiscentos e sessenta e seis A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo... Quando se vê, já é 6ª feira... Quando se vê, passaram 60 anos! Agora, é tarde demais para ser reprovado... E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio seguia sempre em frente... e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

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Presença É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos... É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, trevo machucado, folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo. Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu te sentir como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato... E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

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