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Mario Quintana

Mario de Miranda Quintana (1906 - 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Foi considerado o "poeta das coisas simples", um dos maiores poetas brasileiros do século XX.

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O POETA Venho do fundo das Eras Quando o mundo mal nascia... Sou tão antigo e tão novo Como a luz de cada dia!

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Às vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidade E é como se agora este pobre, este único, este efêmero instante do mundo Estivesse pintado numa tela, Sempre...

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Escadas de caracol Sempre São misteriosas: conturbam... Quando as desce, a gente Se desparafusa... Quando a gente as sobe Se parafusa (...)

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Uma alegria para sempre As coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo. Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora do tempo, nesse mundo do sempre onde as datas não datam. Só no mundo do nunca existem lápides... Que importa se – depois de tudo – tenha "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido, enganado, ou que quer que te haja feito, em suma? Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém. Há bens inalienáveis, há certos momentos que, ao contrário do que pensas, fazem parte da tua vida presente e não do teu passado. E abrem-se no teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas. Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura... A thing of beauty is a joy for ever disse, há cento e muitos anos, um poeta inglês que não conseguiu morrer.

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Quem ama inventa as coisas a que ama... Talvez chegaste quando eu te sonhava. Então de súbito acendeu-se a chama! Era a brasa dormida que acordava.

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Do sabor das coisas Por mais raro que seja, Ou mais antigo, Só um vinho é deveras excelente: Aquele que tu bebes calmamente Com o teu mais velho E silencioso amigo...

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DA MEDIOCRIDADE Nossa alma incapaz e pequenina Mais complacências que irrisão merece. Se ninguém é tão bom quanto imagina, Também não é tão mau como parece.

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RECORDO AINDA Recordo ainda... e nada mais me importa... Aqueles dias de uma luz tão mansa Que me deixavam, sempre, de lembrança, Algum brinquedo novo à minha porta... Mas veio um vento de Desesperança Soprando cinzas pela noite morta! E eu pendurei na galharia torta Todos os meus brinquedos de criança... Estrada afora após segui... Mas, aí, Embora idade e senso eu aparente Não vos iludais o velho que aqui vai: Eu quero os meus brinquedos novamente! Sou um pobre menino... acreditai!... Que envelheceu, um dia, de repente!...

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