Tainá Cruz

Eu olho pela janela. Vejo as crianças bricarem, os jovens passearem, os casados criarem suas famílias. Vejo as pessoas partirem. Chegarem. Vejo os passarinhos cantarem, no verão voar. O inverno chegar. Mas continuo na janela vendo a vida passar...

Aa lua, você já gosta de fazer companhia. Traz nostalgia. Seu brilho lembra a felicidade, sua serenidade lembra a paz. E você por completa, dentre todas as suas fases, lembra a nós, pequenos pontos imperfeitos nas suas perfeições.

Eu queria poder desistir de tudo sem magoar ninguém.

A chama da vida é bela, mas frequentemente enfrenta brisas. Estas, apesar de fracas, são o suficiente para acabar com a chama. Cuidado! Não deixe sua chama se apagar, não se deixe esfriar por uma leve brisa, você é mais forte que ela, e dela vai tirar o oxigênio.

As vezes faltavam palavras para falar, sentimentos para sentir, coisas para pensar, histórias para contar, rezas para orar, algo em que acreditar. Mas ela não desistia, persistia mesmo sabendo que, talvez, não valeria a pena.

Eu insisto e persisto em querer acreditar que um dia a minha hora vai chegar, mas não, não dá. Sou estranha demais para se amar, para aprender a amar, para, sequer, tentar.

Bem e o mal. E dia e a noite. A vida e a morte. Todos se completam. O que seria de um sem o outro? Como você reconheceria a felicidade sem conhecer a tristeza?

A vida tem um pouco disto, se quebrar por fora e continuar inteira por dentro. Se desmanchar e depois se reunir. O importante é não desistir.